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utopicamente irreal

A maior parte dos textos aqui serão escritos na primeira pessoa. Eu contarei fragmentos da minha história, recortes cotidianos, para eu entendê-la melhor, para eu não esquecer os porquês das minhas decisões e para propositalmente deixar um rastro.


Eu me mexi para fazer a mudança que eu quero. Tive medo.

J’ai bougé, saí daquela areia movediça confortável e quente que me engolia a cada vez que eu suspirava de desesperança.

Como numa explosão, saltei fora dessa lama.

Respiro.

Continuo com medo. Mas vou seguindo.

Quero viver, não -só- sobreviver.


Não posso falar dessa grande mudança sem falar do lugar da arte na minha vida.

Ela sempre esteve lá, sempre soube, sempre vi, sempre vivi, sempre quis, sempre fui. Ficou alí, escondida nos porões de mim por muito tempo. Se espremeu demais, deu espaço a outros movimentos, mas nunca partiu por completo. Tampouco poderia, se tratando de algo que sou, eu não que tenho.


Meu primeiro retorno ao Brasil, três anos depois da minha mudança para a França, foi o estopim para o ressurgimento desse être ignorado por tanto tempo. Esse desejo se manifestou de forma intensa e convicta que queria voltar a ocupar o seu lugar original.


Saí.

Como um bicho que não pode mais viver dentro da toca.

Foi um verão no meio de um inverno.

Foi luz na escuridão. Calor no frio.

Mas tive que voltar para o inverno.

A gestação já tinha se iniciado.


Foi um parto, me gestei durante mais dois anos e sinto aos poucos que o trabalho de parto está começando.

Grito, choro, dor, tesão, amor, alegria, nascimento, renascimento. medo.

Parí.

Só abro os olhos, observo.

Como um bicho recém parido, ando caindo, mas não deixo de caminhar.

A luz é forte demais.

Há muito sol do lado de fora.


Esse vazio, inerente à humanidade, aos poucos vai sendo tomado por essa coisa. Coisa essa que não pode preencher, ocupar, mas que pode paradoxalmente traduzir esse não ocupamento, esse vide, essa vaziês.


A caminhada está aberta às descobertas.


Espace des traductions des mes utopies réelles et irréelles. Parfois en français, parfois en portugais. 

Espaço de tradução das minhas utopias reais e irreais. Às vezes em português, às vezes em francês.

France 3 19/20

Mardi 9 janvier 2018

Reportage sur Le rêve de Paloma

Midilibre

Le 26 décembre 2017​

Reportage sur Le rêve de Paloma

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