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Pinturas - Ativas

A série, inicialmente intitulada "Encaixes e desencaixes", em desenvolvimento desde 2022, é uma metáfora dos ajustes constantes que se pode experimentar o sujeito estrangeiro. Essa sensação de transitoriedade se manifestou tanto durante os seis anos em que a artista viveu na França quanto após seu retorno ao Brasil em 2022. A artista descreve essa vivência como um ciclo contínuo de "desencastrar-se para se encastrar novamente", processo que reflete sua percepção de identidade e de lugar. Na língua portuguesa, essa dualidade é destacada pelos verbos "ser" e "estar", que diferenciam estados permanentes e temporários, influenciando a forma como ela lida com a ideia de "quem sou" e "onde estou".

 

Em suas pinturas, essa experiência se revela de maneira clara. Formas geométricas, completas ou fragmentadas, são integradas a tramas preexistentes, criando composições que oscilam entre a presença de cores vivas e contrastantes e a aceitação do vazio. Suas obras propõem uma exploração visual das inúmeras possibilidades de encaixe entre formas e tramas, sempre deixando espaço para interpretações subjetivas, sem a necessidade de preencher todos os espaços.

 

A série evoluiu quando a artista iniciou uma vida nômade pela América do Sul, em 2022, com seu ateliê itinerante instalado em uma kombi. Foi nesse momento que surgiram as "pinturas-ativas", objetos tridimensionais derivados diretamente das pinturas existentes. Esses protótipos foram inicialmente construídos com papel paraná, fios de metal e nylon, materializando as formas de suas pinturas e dando-lhes vida em novos territórios.

 

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